terça-feira, 9 de março de 2010

A Neguinha da Sopa

A Neguinha da Sopa
Helô Sampaio e suas travessuras com a ministra Marina Silva




Foi em Juazeiro que conheci a Neguinha da Santa Casa, uma figura linda, vereadora de sorriso largo e coração aberto. Bati o olho nela e logo gostei do seu jeito franco, da fala direta. E fiquei orgulhosa quando ela tomou assento na mesa diretora que iria entregar o titulo de Cidadã Juazeirense à senadora e pré-candidata do Partido Verde à presidência da Republica, Marina Silva.



Marina chegou com a simplicidade dos grandes. Recebeu belas homenagens de índios, pescadores e crianças. Na sua fala, diriguiu-se para a Neguinha da Santa Casa e contou uma passagem da sua vida que desconhecíamos: ela também foi conhecida como Neguinha, a Neguinha da Sopa. Contou a sua historia: num encontro de trabalhadores, foi ela a designada para ir recolher ossos numa feira e preparar a sopa, o ‘rango’ da galera. E ela foi, sem humilhação. Já professora, era conhecida (e amada) pelos feirantes. Conseguiu não ossos, mas boas carnes e verduras. E preparou um grande e delicioso farnel. Passou então a ser chamada de ‘Neguinha da Sopa’.



(Abrindo um parêntese: nas mais de três décadas que vivi na redação de A Tarde, fiz muito amigos, alguns irmãos. E criei um personagem, uma neguinha: A Neguinha da Tarde, Sonia Araujo. Companheira linda, muitas farras, de muitas lutas, muitas historias. Criei esse codnome para diferenciá-la das outras Sonias no jornal. Nas colunas que eu escrevia, fazia muitas brincadeiras, inventava mil historias (que ela confirmava todas), contava nossas aventuras nos botequins da vida com Silva Filho e Roberto Vicente – lidas com um sorriso compreensivo e orgulhoso de Humberto, seu marido e grande amor. Daí a gostar da Neguinha da Santa Casa e amar a Neguinha da Sopa foi um ‘pulo’).






Voltando a nossa conversa: viajei para Juazeiro com Aquino, da Mural e Dumas, do Doctor Burger, meu pilotinho de rali, além de uma turma grande que ainda acredita em sonhos, do Partido Verde, ao qual me filiei recentemente. É muito bom conviver com eles, discutir com Ivanilson e Bassuma sobre temas importantes dos Verdes; buscar, com a sapiência e tranquilidade de Edson Duarte os caminhos para uma vida melhor no Planeta Terra; e principalmente, para lutar por mais ética e da decência na política.





A chegada de Marina Silva ao Partido Verde um foi fator fundamental para mim. Conheci-a pessoalmente em Manaus, durante o Congresso Nacional dos Jornalistas em 2002, onde ela era convidada especial. Nas margens do grande rio, conversei com ela. E senti a agudeza do seu espírito, a sua dignidade, o seu pensamento amplo. Mesmo discordante de algumas posições por ela assumidas, eu pude perceber que ela consegue não misturar suas posições de foro intimo com políticas de governo. Marina quando fala, se transforma. Cresce. Seu espírito se ilumina, seus olhos brilham, sua fala encanta. E foi assim que essa mulher simples, criada num seringal, alfabetizada somente aos 17 anos, conquistou esta decana professora universitária, deixou deslumbrada a vivida jornalista baiana.

E me fez sair dessa minha ‘vidinha mais ou menos’, onde vejo acontecer um coisas na política, que me revoltam. Mas que eu não fazia nada, a não ser criticar. É como dizemos: protestantes de mesa de bar. Agora vou protestar nas ruas, nos palanques, nas casas dos amigos e em mesa de bar também, sim, senhor. Resolvi que vou juntar minhas forças aos Verdes puros, trabalhar pela candidatura Marina, Edson e Bassuma, e voltar a sonhar com dignidade, com decência e na política. Resolvi que não vou mais aceitar essa coisa do “toda vida teve roubo em política” ou “no governo de fulano também se roubou”. Vou acreditar na palavra da senadora seringueira que afirma: “devemos continuar sonhando, é possível um País melhor. A utopia precisa continuar”. Descobri que a esperança é Verde!

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